A Roupa Nova do Rei
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Desnudas-te de juízo,
Mas já estás de majestade.
Fazes da clava teu cetro,
Da presunção tua verdade.
Dedo em riste insistes,
Veredictos com austeridade.
Lambuzas-te de “eu sou eu”
No limbo lamberás a castidade.
É castigo para inocente,
Ou abstinência de sanidade?!
Tempestades de areia.
Tormentas dentro da tua ampulheta.
Faz o tempo revirar,
Dor nas têmporas ser obsoleta.
E o homem que tu tornaste,
Invejas o homem que me tornei.
Senhor de mim sem ter nada,
Sem medo por não ser rei.
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Sandro Ernesto 04/02/2021
Propício para o momento vivido este poema! Parabéns!
Observando o momento é que me vi no passado, Danilo. O homem que havia me tornado, invejava este homem que me tornei e assim por diante. Como diz certa música: “eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades”. A clareza vem com a maturidade, doa a quem doer kkkkkkk. Um forte abraço meu caro e obrigado!
Que poema bem escrito, parabéns, Sandro. Altissonante, pronto para ser lido em palanques, em praças públicas, como os de Castro Alves, por exemplo.
Como os de Castro Alves, Odonir?! rsrsrs Tenho medo de ser ovacionado (chuva de ovos kkkkk). Brincadeiras a parte, havia comentado outro dia sobre a dificuldade de meu poema ser declamado ou traduzido por abusar demais das aliterações e outras figuras de linguagens como exemplo: “mas já estás de” = “majestade”. Uma coisa é certa: recebo seu comentário com muito carinho, minha querida amiga. Ganhei o dia! Obrigado sempre pela leitura e comentários tão gentis… beijo no coração!
Não entendo de figuras de linguagem, e, na verdade, nunca fui dedicado o suficiente para aprendê-las, por isso, não me arrisco a dizer-lhe a que mundo seu poema me transportou, mas, posso dizer-lhe que neste ele não me deixou…
Estevam… o título já é um croqui do poema em si. “A Roupa Nova do Rei” é um conto famoso de Hans Christian Andersen e nos remete a reflexão a respeito da vaidade, que por muitas vezes nos cega e faz os outros se calarem diante dela impondo nossas verdades. Como disse no comentário acima, a clareza vem com a maturidade, meu caro. Figuras de linguagem é apenas um “blush” literário kkkkkkk (blush é usado para maquiagem feminina rsrsrs) Obrigado pela leitura e comentário… um forte abraço!
Nunca usei blush
Nem por isto deixou de existir meu caro kkkkkk para quem tem 7 irmãs como eu, isto é um item indispensável e mais do que conhecido numa casa.
A casa das 7 irmãs… Isto dá um belo livro…
Maravilhoso! Obrigada.
É com prazer que recebo sua visita e comentário aqui no blog, Filipa! Fico feliz em saber que gostou… que seu domingo seja abençoado e feliz! Beijo no coração
Circularidade do existir
Tem certos momentos na vida que apontamos os dedos para os dedos que nos são apontados e nem percebemos, Alda. Escrevi outro dia que “Os dedos que apontam são os mesmos que tiram a meleca do nariz” kkkk pode parecer nojento mas é uma verdade! Obrigado pela visita e comentário minha cara amiga… tenha um fim de semana abençoado! Beijo no coração
Eca kkkk mas verdadeiro