A Roupa Nova do Rei

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Desnudas-te de juízo,

Mas já estás de majestade.

Fazes da clava teu cetro,

Da presunção tua verdade.

Dedo em riste insistes,

Veredictos com austeridade.

Lambuzas-te de “eu sou eu”

No limbo lamberás a castidade.

É castigo para inocente,

Ou abstinência de sanidade?!

Tempestades de areia.

Tormentas dentro da tua ampulheta.

Faz o tempo revirar,

Dor nas têmporas ser obsoleta.

E o homem que tu tornaste,

Invejas o homem que me tornei.

Senhor de mim sem ter nada,

Sem medo por não ser rei.

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Sandro Ernesto 04/02/2021

 

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14 Resultados

  1. Propício para o momento vivido este poema! Parabéns!

    • panografias disse:

      Observando o momento é que me vi no passado, Danilo. O homem que havia me tornado, invejava este homem que me tornei e assim por diante. Como diz certa música: “eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades”. A clareza vem com a maturidade, doa a quem doer kkkkkkk. Um forte abraço meu caro e obrigado!

  2. Odonir Oliveira disse:

    Que poema bem escrito, parabéns, Sandro. Altissonante, pronto para ser lido em palanques, em praças públicas, como os de Castro Alves, por exemplo.

    • panografias disse:

      Como os de Castro Alves, Odonir?! rsrsrs Tenho medo de ser ovacionado (chuva de ovos kkkkk). Brincadeiras a parte, havia comentado outro dia sobre a dificuldade de meu poema ser declamado ou traduzido por abusar demais das aliterações e outras figuras de linguagens como exemplo: “mas já estás de” = “majestade”. Uma coisa é certa: recebo seu comentário com muito carinho, minha querida amiga. Ganhei o dia! Obrigado sempre pela leitura e comentários tão gentis… beijo no coração!

  3. estevamweb disse:

    Não entendo de figuras de linguagem, e, na verdade, nunca fui dedicado o suficiente para aprendê-las, por isso, não me arrisco a dizer-lhe a que mundo seu poema me transportou, mas, posso dizer-lhe que neste ele não me deixou…

    • panografias disse:

      Estevam… o título já é um croqui do poema em si. “A Roupa Nova do Rei” é um conto famoso de Hans Christian Andersen e nos remete a reflexão a respeito da vaidade, que por muitas vezes nos cega e faz os outros se calarem diante dela impondo nossas verdades. Como disse no comentário acima, a clareza vem com a maturidade, meu caro. Figuras de linguagem é apenas um “blush” literário kkkkkkk (blush é usado para maquiagem feminina rsrsrs) Obrigado pela leitura e comentário… um forte abraço!

    • estevamweb disse:

      Nunca usei blush

    • panografias disse:

      Nem por isto deixou de existir meu caro kkkkkk para quem tem 7 irmãs como eu, isto é um item indispensável e mais do que conhecido numa casa.

    • estevamweb disse:

      A casa das 7 irmãs… Isto dá um belo livro…

  4. Maravilhoso! Obrigada.

    • panografias disse:

      É com prazer que recebo sua visita e comentário aqui no blog, Filipa! Fico feliz em saber que gostou… que seu domingo seja abençoado e feliz! Beijo no coração

  5. Circularidade do existir

    • panografias disse:

      Tem certos momentos na vida que apontamos os dedos para os dedos que nos são apontados e nem percebemos, Alda. Escrevi outro dia que “Os dedos que apontam são os mesmos que tiram a meleca do nariz” kkkk pode parecer nojento mas é uma verdade! Obrigado pela visita e comentário minha cara amiga… tenha um fim de semana abençoado! Beijo no coração

    • Eca kkkk mas verdadeiro

Seu comentário é sempre bem-vindo, Amigo... obrigado !

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